A máxima de René Descartes sobre o pensamento e a existência é deslocada por Luca Guadagnino para o campo sentimental, transferindo a filosofia de sua parte intelectual para transformá-la num silogismo emocional provado (literalmente) em todos os sabores e intensidades. Se para o filósofo a compreensão de sua existência vinha a partir da dúvida seguida ao questionamento e reflexão sobre ela, no filme de Guadagnino a tomada de consciência vem através da paixão (mais até do que do amor propriamente dito) e posteriormente da loucura, o desapego e abandono por tudo e todos.