CSS – La Liberación

O terceiro disco do CSS já está na pixxxta. O tão esperado álbum de dois mil e onze, pode deixar a desejar para quem ainda não se desligou de Donkey. Mas para quem já não está nem aí para o passado, é só comemoración! E viva La Liberación!

Demorou, mas chegou. O CSS acabou com o jejum de três anos que nos assolara. Mas, chegou brando, o que deixou muita gente descontente. Em uma de minhas passagens pelo Popload, li um compilado de reações dos gringos sobre La Liberación. Veja só: (sic Lúcio Ribeiro)

“New Musical Express” – “Nota 5 (de 10). Lembra em 2006, quando o CSS veio, viu e dominou nossas festas? Bem, sorry galera, mas não estamos mais em 2006″.

– “The Independent” – “Quatro estrelas (de cinco). Depois de uma relativa decepção com o disco de 2008, “Donkey”, este “La Liberación” entrega um serviço muito melhor na mistura do amadorismo débil da banda no estilo X-Ray Spex com sua estilosa personalidade”.

– “Clash” – A revista britânica dá nota 6 (de 10). Diz que o disco começa mal, mas vai “pegando” no entusiasmo, à medida que a banda vai injetando sua conhecida energia.

Pode ser um disco irregular, mas não é o “Donkey”.

– “Observer/Guardian” – Duas estrelas de cinco. O jornalzaço inglês fala que “La Liberación” é melhor em seus momentos calmos, tipo “Partners in Crime”, enquanto músicas revoltadinhas tipo a que encerra o disco, “Fuck Everything”, soam forçadas.

– “Q” – Nota 2 (de 10) – “Falta de imaginação”.

Bom, com a turnê mais que agendada nos EUA e na Europa, o CSS vai que vai. Com disco novo, fama de nonsense e disposição para tumultuar o mundo, não há crítica que pare esta banda.

O disco inicia no eletropop de I Love You. O som é bom, pouco rocker para o meu gosto, mas vai tocar muito, fazendo o ‘single-pegada-alegria-das-massas’. Seguida de Hits Me Like A Rock mais nerd e interessante. O synth dá uma profundidade na música e a guitarras aparecem mais. Ouça:

City Grrrl é uma das favoritas. Os efeitos eletrônicos bem trabalhados e a qualidade dos vocais são do diferencial do CSS. Com uma intro faroeste, a música estoura a porta do saloon e faz o club de Tokyo. Cheia de atitude, energia, drama. Demais.

Echo of Love traz uma ideia mais floral, mais calminha e cheia de doçura nos vocais. O refrão é bom para sair cantando no verão.

You Could Have it All vem na mesma linha, só que trocando as flores por luzes coloridas. Uma calmaria estranha para o CSS, mas válida por ora.

La Liberación então nos relembra a influência indie rock da banda, mostrando descontrole e energia.

Então de Partners in Crime até Read Alert a paz reina sobre o CSS. Se há bipolaridade neste disco, deve admitir que o lado do bem dominou o freak out da banda.

Para então Fuck Everything finalizar com um pingo de insanidade o La Liberación. Mais animada e com o título que nos remete ao CSS que conhecemos, termina bem o disco.

E entre altos e baixos, o Cansei de ser Sexy parece ter cansado também de ser enérgico e dançante como antes. Será uma fase madura da banda? Será a despretensão de sempre? Será que a síntese do disco está na última faixa? Não sei. O que eu sei é que f*dam-se as críticas, disco novo do CSS era tudo o que eu queria.

MARINA RIMA
marinarima@brrun.com

Fotos: Divulgação