Um é pouco e dois é bom. E se esse duo for franco-finlandês, composto por Olivia Merilahti e Dan Levy, a soma é melhor ainda. Com Both Ways Open Jaws, lançado em março desse ano – o The Dø prova que ainda é possível ser um dueto de indie/folk rock que não é clichê e que sabe explorar as potencialidades de ser “dois”.
Olivia e Dan se conheceram na junção de música e cinema, em 2005. Depois de formada a parceria, trabalharam em projetos para teatro, dança e em letras de poesia. Quando em 2007, firmou-se o nome The Dø e em 2008, lançado o primeiro disco da banda A Mouthful.
Então, o que era bom, ficou ainda melhor. Com Both Ways Open Jaws, o dueto opera perfeitamente. Arrisca novas referências, experimenta outras influências e de quebra, mostra que é possível ter um vozeirão e inovar, sem precisar fazer o estilo Amy Winehouse.
The Wicked and the Blind poderia ser trilha sonora para conto de fadas. Não é mesmo de se estranhar que o The Dø seja tão voltado para a arte. O drama acompanha faixa a faixa. Essa em potencial, não tem um elemento fora do lugar. É uma das favoritas.
Bohemian Dances chega a galope, com todo o poder da voz de Olivia. Não que a banda não tenha prestígio, pois tem e muito. Mas, é impossível deixar de reparar como ela domina o disco todo. Em cada canção, vemos um tom diferente no vocal, um peso ou então uma leveza, uma abordagem mais agressiva ou algo tão suave que parece ter sido composto em algodão. Assim é Both Ways Open Jaws. Eu disse que valia a pena.
Seguindo, temos Smash Them All (Night Visitor) que tem em sua composição pontos altos e descidas bruscas. A música faz as vezes de um diálogo. Mas, muito confuso. Tem seu charme, mas a meu ver, pouca coerência. B.O.W.J é uma piração da dupla, assim como Slippery Slope. Uma mistura de eletrônico, batucada, uma letra maluca e um clipe mais ainda:
The Dø – Slippery Slope por CInq7
MARINA RIMA
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