A história de uma banda que resiste há seis anos aos percalços que assolam a carreira das bandas independentes. Vive e sobrevive. Soldier Ghost é a prova disso tudo. Arrah and the Ferns, uma banda que esteve em coma, morreu e hoje, renasce das cinzas para mais uma batalha.
O Arrah and the Ferns poderia ser a banda dos seus amigos do colegial. Ou então, poderia até ser sua própria banda. Liderada por Arrah, uma bartender da Philadelphia com uma voz incrivelmente bela e cheia de vontade de fazer uma banda dar certo. Com uma história de banda um pouco complicada, cheia de idas e vindas – Arrah é a única da primeira formação – discos sem terminar e rumos diferentes para os integrantes.
Na ativa desde 2006, com o EP Evan is a Vegan Arrah começou a ganhar destaque e fez sua primeira turnê nacional. Já em 2007 eles começaram a gravar All the Bad in One Place, seu primeiro LP. Foi aí que o desencontro aconteceu. Uma banda recém chegada no mercado musical, integrantes muito jovens, pouca grana e muito concreto no sonho. O Arrah and the Ferns quebrou. Então, lá para 2009, Arrah se reencontra com Carl, músico que co-fundou a banda junto a ela e eles retomam as gravações de All the Bad(…). Mais algumas reformas e em 2010 o disco sai. Uma bela obra. Ouça a canção que o nomeia:
O anúncio dessa semana é a reestréia de Arrah com o EP Soldier Ghost. A justificativa de ser um EP só disponibilizado virtualmente, sem CD, vinil, cassete e etc é, segundo a banda: NO $$. Nada que comprometa muito, o som é ótimo e a história da banda dá um gosto a mais. Arrah não desistiu até conseguir lançar o LP, em 2010. O disco que me fez gostar da banda e criar esse laço com o som.
Já em Soldier Ghost o mesmo amor. Só que em tons bem mais folk e menos riffs contorcedores de guitarra. A melancolia de All the Bad(…) se vê dissipada com a alegria inocente de Soldier Ghost.
Pumpkin, a primeira faixa é um pouco do Arrah de antes com uma onda nova. A música é bonita, com o instrumental bem encaixado e cheio de sentimento. Ouça no bandcamp da banda, aqui.
A faixa que dá nome ao disco também tem uma boa base folk. Estranhei bastante, por ter me acostumado com as canções menos acústicas de All the Bad(…), mas ouvindo e reouvindo já me habituei. E gostei.
Seguindo, tem Wake Up. Uma melodia alegre em uma temática triste. O vídeo oficial é uma animação feita por um amigo de Arrah:
Todas as faixas do EP são otimistas e bonitinhas. Algumas contam com um banjolin, outras com gaita e tudo inspira e transpira amor.
Independente como a banda do seu vizinho e globalizada como qualquer banda indie rocker do subúrbio de Londres, o Arrah and the Ferns carrega menos de mil fãs em sua página do Facebook, mas é capaz de trazer mais alegria e menos preocupação para a população da terra inteira.
MARINA RIMA
marinarima@brrun.com
Foto: Divulgação