Huis Clos, Osklen e Pedro Lourenço.
TOPS SPFW S/S 12:
ANIMALE
Foram bons ventos que levaram Priscilla Darolt diretora estilista da Animale à uma nova fase de concepção.
A equipe viajou até o sul da frança e percorreu de carro todo o litoral em busca de referências para o verão 2012 da marca. E essa viagem se torna o tema, uma junção de balneário e Provença que é levada para a estamparia e modelagem da marca, repleta de linhas feitas de nervuras e sobreposições assimétricas que fazem referência aos veleiros atracados e florais, os mais delicados aparecem em formas de paetês e bordados.
Uma coleção suave e delicada com muita gaze de seda, linho e linho de seda. Uma cartela clara em offwhite e vai migrando para o azul de Yves Klein o que traz ainda mais um ar fresco e certo romantismo principalmente pelas sobreposições de tecidos transparentes que brincam na passarela como o vento e as velas.
O melhor da coleção fica por conta da alfaiataria, perfeita em calças de cintura alta.
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TUFI DUEK
Sexy, jovem e étnico, é assim que pode ser brevemente resumido o verão de Tufi.
Eduardo Pombal elegeu a arte tribal indígena brasileira para basear uma rica pesquisa de referências para o verão 2012 e a stylist Flavia Lafer entendeu perfeitamente bem o minimalismo certo para a Tufi.
O intrigante e exuberante da coleção está nas texturas com trançados de cestaria para os tecidos de jacquard de algodão e desenhos de cerâmica para as estampas típicas de tribos brasileiras, o grafismo preciso das pinturas corporais em recortes geométricos em três cores nos vestidos e o preto nas pulseiras das pernas e braços de paetês foscos.
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REINALDO LOURENÇO
Como dizia Marilyn Monroe: Diamantes e cachorros são os melhores amigos de uma mulher. Foi essa a trilha do desfile de Reinaldo, uma Ode a Liz Taylor e aos anos 50. O desfile aconteceu na FAAP pela manha e entre sedas, gabardines, tules e o uso do couro, continuação do trabalho começado na estação passada.
Os melhores looks são os que abrem o desfile, onde o estilista brinca com transparências e mostra um estudo de modelagem bem humorado na região do busto, rematando com couro recortado a laser aplicado minuciosamente num trabalho de pura geometria em vestidos longos e fetichistas.
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CORI
A coleção foi inspirada no universo do tênis nos anos 20 e 30, e atende perfeitamente as necessidades básicas das tenistas Venus e Serena Willians.
A cartela de cor tem variações de brancos e nudes, pontuados por cores vivas e estimulantes, que às vezes aparecem timidamente nos forros dos casacos e saias midi.
O corte de alfaiataria que é característico da marca aparece impecável como sempre, porém com pequenas doses de ousadia sport. Enquanto as t-shirts de listras transparentes dizem que essa mulher só joga para ganhar.
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OSKLEN
Negros e berimbaus, tricots com mistura de algodão e fios metálicos, proporções tão ambíguas quanto maravilhosas, couro de peixe, tote bags, shorts curtos de palha de seda. Inspirada na cultura negra, a Osklen desfila Osklen com seus cortes e acabamentos perfeitos, numa roupagem metrossexual do étnico.
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HUIS CLOS
O old West sci-fi de Sara Kawasak é elaboradamente minimal, com estruturas anacrônicas, e de uma elegância sem precedentes.
O tema é diluído com franjas localizadas em mangas orientais, recortes construídos em tecidos fluídos e metalizados. O clima é urbano, mesmo que se fale do campo.
Sintética, mas com a maestria e elegância na medida, e desejo definitivo.
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COLCCI
Um crash de That 70’s Show com Twiggy e o incansável náutico aliado ao utilitário. Com ou sem Ashton Kutcher e Alessandra Ambrósio a coleção acontece, até mesmo com o clima arriscado de glam girl com cetim no final.
As combinações de laranja e camelo e preto/branco/índigo são irresistíveis.
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PAULA RAIA
Estranhamente paramentada e minimal kitsch, Paula Raia se eleva a última potência de um ideal feminino rocambolesco: intersecção de tiras, evoluções em vazados simétricos e amarrações dão um ar diáfano ao street cacaldo mais no beauty e styling do que na roupa em si.
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MARIA BONITA
Danielle Jessen inverte o caminho das pedras amarelas de sua Dorothy nesta temporada e camufla Andrej Pejic em sua ‘parada’ de artesanais portuguesas. Deu Branco na Maria Bonita: cerâmicas, tapeçarias, bordados e azulejaria do colonizador fazem pontos de cor em peças monocromáticas, ou intervenções de telas com fio de ouro num jogo de segura / despenca. A delicadeza fica por conta dos florais e bordados nos acessórios.
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ADRIANA DEGREAS
É tão explosivo um início com Antonia Fiering quanto um final com Sonia Braga. E Adriana Degreas desfilou seus kaftans com folhagens exuberantes e soturnas entre esses dois pontos.
Intercalados por lingerie e swimwear para agentes secretas ou bilionárias de combustível fóssil, o desfile tem peças reais para serem administrada de acordo com o gosto da freguesa.
A cartela de cores é terrosa, pontuada apenas por azul e verde, estampas de leopardo, hot pants e peças que levaram aplicação de penas, dando uma pitada descontraída e sexy a coleção.
As telas do pintor holandês Albert Eckhout são a referência no print, e a forma é anos 70 ‘course’.
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PEDRO LOURENÇO
A atmosfera é terráquea: um bar, onde o eco massacra o mise-en-scène de Pedro Lourenço e seu resort 2012. Roupas mirabolantes, intrigantes e surpreendentes que se viram e dobram em uma infinidade de ricas construções. O tema é tropical, mas os tecidos – pelos deuses! – vieram de terras distantes e passaram por processos sobre humanos. Tem o látex, tem o índio, o colonizador e o verticalismo. Uma blusa chega a levar quatro dias para que fique pronta. As combinações são extáticas, e não tem como resistir a uma blusa com tucano, e outra com arara, e a todas as outras coisas que estão ali. Bingo!
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EDIÇÃO: BRUNO CAPASSO
TEXTOS: FELIPE HICKIMAN & PAULO RAIC
Fotos: Divulgação/Agência Fotosite.