27º HYÈRES | The Shoes

No Hyères também tem música! Neste ano teremos grandes apresentações: Totally Enormous Extinct Dinosaurs, Citizens!, The Shoes & Esser

O duo francês The Shoes, formado por Guillaume e Benalways traz incandescência sonora à Hyères apresentando um set especial para o evento. Ano passado eles já marcaram presença ao lado de Esser, projeto musical do artista Ben Esser. Além de The Shoes & Esser: Totally Enormous Extinct Dinosaurs e Citizens! marcarão presença na 27ª edição do Festival.

Confira abaixo uma entrevista exclusiva realizada com a dupla The Shoes:


Vocês estão tocando em Hyères este ano e também já tocaram no ano passado. O que a associação entre trabalho de vocês e o festival significa em suas carreiras? É importante associar-se com o mundo da moda?
THE SHOES – Nós amamos o mundo da moda e a dimensão humana do festival. O clima é tão grande. Nós realmente gostamos de estar aqui no ano passado, por isso somos mais do que felizes em voltar a tocar na Villa Noailles.

Vocês tiveram uma jornada e tanto até agora e têm colaborado com alguns dos nomes mais ousados e interessantes do cenário musical. Como é que tudo isso influenciou o modo como vocês se aproximam de sua própria música?
THE SHOES – É sempre muito criativo e interessante: aprendemos muito sobre nós mesmos e temos a chance de produzir apenas para o artista que gostamos. Benjamin e eu não somos bons para as mesmas coisas, então dependendo do projeto é mais ele, noutros é mais comigo a questão ou então somos nós dois mesmo. Enfim, é sempre surpreendente. Quanto aos remixes, é diferente. Nós aprendemos que somos mais talentosos remixando uma faixa que não particularmente adoramos por ser mais desafiador, significa criar algo que amamos de algo que não gostamos. É emocionante.

Nos dias de hoje a internet, as mídias sociais, YouTube etc desempenham um papel importante e são muitas vezes utilizadas como as principais ferramentas para construir uma marca/banda e divulgar músicos e outros trabalhos. Isso tem sido também uma realidade para vocês? Como vocês se impactam com isso?
THE SHOES – Tem sido uma realidade sim. Bem, nós somos da geração myspace: estávamos em várias bandas, fizemos um monte de coisas diferentes e um dia queríamos fazer algo diferente, por isso criamos uma conta d euma banda falsa no myspace, com um nome falso que veio em mente e colocamos algumas faixas novas. Em três meses depois assinamos com a Green United Music. Foi em 2008. Agora é 2012, estamos prestes a tocar o Olympia em 2 meses, que é o local mais famoso de Paris e vai ser bastante irônico e engraçado ver o nosso nome em grandes letras de néon vermelho com aquele nome falso que tivemos em mente na primeira vez.

Vocês também fizeram várias produções para outros artistas, isso é algo que vocês irão continuar ou estão focando principalmente em seu próprio trabalho daqui para frente?
THE SHOES – Ambos! Estamos sempre produzindo para outras bandas ao mesmo tempo, é mais saudável porque se estivéssemos apenas trabalhando juntos o tempo todo em nossas coisas eu acho que nós matamos uns aos outros!

Como a colaboração com Jake Gyllenhaal apareceu?
THE SHOESDaniel Wolfe dirigiu o vídeo para Stay the Same, e nós amamos. Nós queríamos trabalhar com ele novamente e ele realmente gosta da nossa música. Então nós conversamos sobre fazer um novo vídeo para Time to Dance e era realmente para ele fazer. Daniel está trabalhando muito com os atores, em Stay the Same foi com Johnny Harris (This is England), desta vez foi com Jake Gyllenhaal.

Seria justo pensar nisso como um atravessar completo e exagerado para a fama e o mundo mainstream?
THE SHOES – Não, nós não pensamos assim. Nós nunca estivemos mais indie! É sobre um famoso diretor britânico fazendo um vídeo de uma banda indie francesa com um ator do mainstream americano e sobre este mesmo ator que gosta de nossa música, brincando como um serial killer moderno em nosso vídeo porque também é com papéis distantes de si como esse que ele gosta de interpretar.

E como a presença dele no vídeo afetou a popularidade de vocês enquanto uma banda?
THE SHOES – Todo mundo estava falando sobre isso, sobre ele e em seguida sobre nós. Mas não vamos tocar no Stade De France como um David Guetta por causa disso.

Várias bandas que são vistas como underground nas fases iniciais de suas carreiras muitas vezes transformam seu som como se quisessem em seguida se tornarem popular, tem sua sonoridade alterada. Como vocês cresceram? Se isso aconteceu, como mudou? Caso contrário então como vocês permaneceram fiéis a ele?
THE SHOES – No início nossa música era mais eletrônica, mas também por causa de algumas faixas que postamos um dia no myspace, e a produção de música eletrônica neste momento era uma boa maneira de se tornar famoso e produzir para os outros. Nós sempre fomos uma banda de pop rock. Então como ficamos populares também se aproximaram ao que somos realmente: uma banda de pop rock. Estamos apenas nos tornando o que verdadeiramente somos.

As imagens usadas em alguns de seus vídeos são muito obscuras e pesadas como todo o caminho mostrado até a violência presente em Time to Dance. Como isso se dá? Qual é a narrativa por trás do Time to Dance?
THE SHOES – Ha! Isto é estilo do Daniel Wolfe! Nós o deixamos livre para criar em cima de seu imaginário justamente porque é seu trabalho. Nós não damos conselhos ou direções a ele porque não pedimos a sua opinião sobre nossas produções musicais. Nós adoramos o que ele fez nas duas vezes que trabalhamos juntos.

As músicas que eu ouvi de vocês são em inglês. Por que inglês e não em francês?
THE SHOES – Porque o inglês é internacional, a língua da música pop é o inglês e a do rock também.

Há um som de discoteca opulento que é perceptível através de sua música, entre outras influências que também tem sido descrito como pop electro obscuro. São estas influências intencionais? Se forem, de onde essas influências vêm para você? Se não, quais são elas de fato?
THE SHOES – Nós temos esse interesse comum para a música pop desde sempre e separadamente podemos dizer que somos influenciados por quase tudo musical. Benjamin tem mais na música francesa, no rock francês e um pouco de música folk. Eu gosto de hip hop, rap e música eletrônica. Estávamos em muitas bandas, tivemos uma de drum & bass, uma rock francês, fizemos um pouco de música electro também e produzimos música instrumental e clássica para Woodkid recentemente. Tantas coisas.

O que tem tocado recentemente no playlist de vocês?
THE SHOES – Há muitos artistas de nossa gravadora em nosso Ipod porque alguns são amigos também. De qualquer forma a música é sempre boa: Woodkid, Part Company, Rocky…

Quão importante é a imagem para vocês?
THE SHOES – Tão importante quanto à música. Nos dias de hoje um grande single precisa vir acompanhado de um grande vídeo.

Qual o próximo passo para o The Shoes?
THE SHOES – Férias! E talvez um novo EP, ou álbum e muitas novas colaborações.

Podemos esperá-los tocar um dia na África do Sul?
THE SHOES – Queremos! Por favor nos convide, queremos conhecer Die Antwoord!

TEAM BRRUN
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Foto: © Copyright — Hyères 2012