Descobri a galeria Rotwand, que fica em Zurique, a partir do Google que dei no nome de uma artista, a Klodin Erb. Isso já deve fazer uns dois anos e eu estava interessada por ela utilizar moda como temática de suas telas. Como não encontrei um site próprio da artista, foi no da galeria que eu melhor consegui ver seus trabalhos.
A surpresa foi que acabei me apaixonando não só pelas telas de Klodin, como pelo trabalho de muitos outros artistas que também pertencem a essa galeria.
Segue então a lista dos meus queridinhos:
Klodin Erb
Com seus óleos sobre tela, a artista dialoga com a moda de uma maneira lasciva e intensa.
“Moda e arte refletem contextos sociais. Ambas procuram apontar as necessidades humanas e implementá-las. Como já não há tantas revoluções e mudanças sociais da mulher para serem retratadas, os artistas descobriram definitivamente que a moda é uma forma de expressão válida e que podem se apropriar dela.”
Sandra Gamarra
Segundo o texto do site, a artista peruana investiga os museus como sendo espaços para a reflexão, a memória e o vazio. Também podem ser analisados como espaços de peregrinações e para o questionamento dos espaços públicos.
Isto me fez lembrar do conceito de um não lugar, criado por Marc Augé (antropólogo francês), que o define como sendo um espaço de anonimato no cotidiano, um lugar impessoal e descaracterizado. “O não-lugar é o contrário da utopia: existe e não alberga sociedade orgânica alguma. E que de dia para dia, acolhe cada vez mais pessoas” . Poderíamos citar como exemplo os aeroportos, rodoviárias etc.
As telas de Sandra me passaram essa sensação de vazio e não identidade. Não só por ela retratar o espaço do museu, que é um espaço de passagem sem uma identidade pessoal, mas por ela ir atrás de recortes vazios, paredes brancas, enfim, de um silêncio que eu não conseguiria por em palavras…
Klaus Lutz
O mundo de Klaus, segundo a biografia da galeria, é um “mundo de imagens em movimento projetadas em um largo balão, acompanhado apenas do barulho de um projetor de filme. Com lentes esféricas especiais, Lutz filma seus desenhos assim como fotografias de Nova Iorque e Berlim e combina esse material com imagens dele mesmo, tornando-se ator e diretor em um mundo imaginário no qual parece viajar”.
Chiharu Shiota
Achei lindo como descreveram o trabalho da artista japonesa no site, dizendo que, ao mesmo tempo em que nos passa um medo da morte, nos traz o vigor da vida através de objetos cotidianos que estamos acostumados a ver.
Lembrei também do trabalho da Edith Derdyk, artista brasileira que, de uma forma diferente, mas não menos intensa, utiliza fios pretos para criar tensões.
Também me chamaram a atenção os desenhos de Thomas Müllenbach com suas linhas quebradas à la Egon Schiele, as esculturas malucas de Chloe Piene e as performances de William Hunt.
Giulia Bianchi
giuliabianchi@brrun.com
Fotos: Divulgação