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Os desenhos do artista inglês Graham Little (1972), podem ser facilmente confundidos como sendo pinturas e até mesmo fotografias. Porém, ao chegarmos perto, conseguimos enxergar os delicados e virtuosos traços feitos com lápis de cor. Lembram-me os pastéis de Renoir (1841), Toulouse Lautrec (1864) e Degas (1834). Porém, as musas de Little são top models e retratos de mulheres anônimas.

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LITTLE, Graham. Sem Título, 2001. Lápis de cor sobre papel. 35,5 x 27 cm.

Pastéis de Renoir e Toulouse Lautrec.Graham redesenha a partir das imagens de exemplares antigos de revistas de moda como Vogue, Hapers e Queens. Porém, seu trabalho não se trata apenas da sua técnica de do seu virtuosismo. Graham leva meses para finalizar cada um dos seus desenhos, o que faz com que ele conviva come essas mulheres, desenvolvendo uma “relação” mais profunda com elas. Assim sendo, ele cria um novo repertório de imagens que não são mais aquelas modelos de revistas pedindo para que você consuma suas roupas.

As musas de Little carregam toda a poesia depositada pelo artista nos meses de sua criação. Elas fitam o espectador, ora entediadas, ora melancólicas. Sozinhas e em ambientes não especificados, trazem solidão, mistério e sensação de isolamento. Uma introspecção que não costuma habitar o mundo das revistas de moda.

LITTLE, Graham. Sem Título, 2004. Lápis de cor  e gesso sobre papel. 37 x 27 cm.Outro aspecto que se destaca em suas obras, é o seu interesse por padronagens de tecidos. A padronagem altamente gráfica do vestido do primeiro desenho se destaca, enquanto que o cabelo da modelo quase se mistura com o fundo. No seguinte, o floral da gola contrasta com o vago olhar da modelo.

LITTLE, Graham. Sem Título, 2004. Lápis de cor sobre papel. 35,5 x 27 cm.
LITTLE, Graham. Sem Título, 2002. Lápis de cor, aquarela e gesso sobre papel. 37 x 27 cm.Desta maneira, Little consegue unir o dinâmico e veloz mundo da moda, com o seu ambiente íntimo e profundo retratado na linguagem tradicional do desenho.

By Giulia Bianchi
giuliabianchi@brrun.com