5 melhores do ano que você provavelmente não ouviu

Fim de ano é sempre a mesma coisa: Presentes, peru com a família e incontáveis listas de melhores do ano. Obviamente o BRRUN não podia ficar fora dessa, mas resolvemos fazer algo um pouco diferente. Ao invés de uma lista com os “10 melhores do ano”, fizemos uma lista um pouco menos pretensiosa com os “5 melhores do ano que você provavelmente não ouviu”, com as coisas que passaram por baixo do radar ou que não tiveram o hype que mereciam. E pra ser sincero, esse ano teve tanta coisa boa que eu quis fugir da responsabilidade de eleger um melhor. Tivemos os discos novos do Vaccines, Tame Impala, Beach House, Best Coast, The XX, Grizzly Bear, Bat For Lashes, Cloud Nothings, entre tantos outros. Se você ainda não ouviu algum desses, pare de ler esse texto agora e volte depois! Para aqueles que ficam, vamos começar.

5- Richard Hawley – Standing At The Sky’s Edge

 Richard Hawley - Standing At The Sky's Edge

Esse teve review no site lá no começo do ano. Um disco surpreendente, muito diferente do que Hawley havia feito em seus trabalhos anteriores; mais pesado, com muitas camadas de guitarra, cítaras e psicodelia. Depois da melancolia soturna de True Love’s Gutter (2009), Hawley seguiu na direção oposta com um disco muito mais ensolarado (dizer que é um álbum alegre já seria exagero) e complexo, mas ainda cheio das imagens e pequenas histórias que são tão próprias ao compositor, assim como a sua voz, quase um Roy Orbison moderno. Indispensável, vale à pena ouvir a discografia toda.

4-  dEUS – Following Sea

dEUS - Following Sea

Esse disco não entrou em nenhuma lista que eu tenha visto, mas não é difícil entender o porque. Com quase 20 anos de carreira, os belgas da dEUS não tentam mais reinventar a roda. Ao invés disso, apostam em melodias simples, mas que fogem do lugar comum. A faixa que abre o álbum, “Quatre Mains”, é um exemplo perfeito disso: Guitarras metódicas, teclado de fundo e um vocal em francês sexy pra burro.  Seria quase um crime deixar esse álbum passar batido.

3- Cast of Cheers – Family

Cast of Cheers – Family

A principal crítica feita ao Cast of Cheers é a sua falta de identidade própria. Mesmo que exaustivamente comparados ao Bloc Party e Foals, a banda conseguiu um grande feito com o ótimo “Family (2012)”: fazer um disco de Math Rock acessível sem soar banal. Ainda que longe da genialidade do Battles ou sem a profundidade do Foals, a banda consegue emplacar ótimas canções. “Animals” é uma daquelas músicas impossíveis de se ouvir uma vez só e ficou no repeat aqui por um bom tempo.

2- Sharon Van Etten – Tramp

Sharon Van Etten – Tramp

“He is over you.
I want to be over you.”

Provavelmente meu “disco de fossa” favorito do ano. Produzido por Aaron Dessner, do The National, “Tramp”é um álbum extremamente belo, sincero, sofisticado e melancólico. O gênero folk/rock/indie com vocal feminino anda tão saturado nos últimos anos que me deixa muito contente encontrar algo novo que realmente seja digno de nota. Mais do que isso, um disco carregado de sentimento que não fica atrás de “veteranas”, como Rachel Yamagata e Neko Case.

1- Deerhoof – Breakup Song

Deerhoof – Breakup Song

Como não gostar do Deerhoof?! Sério… Eu não entendo mesmo como esse disco pode ter ficado fora de tantas listas. Esse é exatamente o tipo de álbum pelo qual eu procuro enquanto ouço horas e mais horas de trabalhos medianos que saem de baciada durante todo o ano.  É um álbum surpreendente, imprevisível, fresco, único, contagiante e maluco (isso é importante, não se engane). A banda utiliza uma incrível mistura de guitarras e efeitos eletrônicos, acompanhados do vocal doce e carregado de sotaque de Satomi Matsuzaki. O rótulo de banda noise pode afastar alguns, a banda realmente não é das mais acessíveis, mas eu espero que você, que leu esse texto até aqui, dê uma chance para esse álbum. Sim, eu realmente gostei desse disco.

Concordando ou não, deixe sua opinião nos comentários, queremos saber o que você pensa. Por fim, sejam todos bem vindos ao novo BRRUN.com! Mais bonito, rápido e charmoso. Ainda nos veremos por aqui!

GUSTAVO RICHIERI

Fotos: Divulgação