O ramo têxtil brasileiro tem assistido a um enorme aumento nas importações de produtos do vestuário nestes últimos anos. E isso se agravou com a crise, que gerou excedentes dos fabricantes asiáticos que costumavam vender para grandes mercados como América do Norte e União Europeia. Ao procurar outros países onde pudessem escoar o excedente de suas produções, estes fabricantes encontraram países como o Brasil, que apresenta dificuldades de desenvolvimento no setor. Desta forma, ficou extremamente difícil para o mercado interno competir já que, além das importações do mercado asiático, grandes nomes da moda internacional começaram a apostar no consumidor brasileiro.
O que se observa são os magazines e lojas de departamento com o fast fashion e também as grandes marcas internacionais instaladas dentro do país, disseminando produtos de luxo que, juntas, conquistam diferentes categorias de consumidores brasileiros que aos poucos deixam de valorizar o produto interno.
Estilistas, empresários e associações como a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) já realizaram manifestos e petições aos governos – principalmente federal – para que medidas sejam tomadas a fim de proteger o mercado interno. O que se pede é uma salvaguarda: tempo para que a indústria interna cresça e se desenvolva – sobretaxando os produtos ou estabelecendo cotas para importação – até que estejamos prontos para competir de igual para igual.
A verdade é que os dados levantados apontam números exorbitantes e o que precisamos é de medidas concretas e ágeis, que venham juntamente com incentivos e investimentos para o setor. Enquanto isso não acontece, o setor perde milhões e deixa de gerar outros tantos milhares de empregos.
LEANDRO MURADI
Fotos: Arquivo © BRRUN.com
