In Heaven é o título perfeito para este disco. Com foco no experimentalismo e audívelmente cheio de mix de gêneros musicais e estilos, o Twin Sister revela sua contemporaneidade em melodrama e sintetizadores estelares.
Uma viagem na voz de Andrea Estella do Twin Sister. Uma banda de Long Island que vem botando som no mundo desde 2008, com dois EP’s lançados, “Vampire With Dreaming Kids”(2008) e “Color Your Life”(2010).
O quinteto ganhou a mídia no ano passado com All Around and Away We Go e agora em setembro lançou o primeiro LP em uma gravadora de Londres. O que foi bem pensado, já que a Europa consome muito indie pop, música experimental, twee e as diversas vertentes da música sintética atual.
All Around and Away We Go
Já em In Heaven o Twin mostra maturidade e pouca classificação. Uma abertura para novos sons, em uma paleta variada de cores e sensações. É um disco completo porque em cada faixa é possível conhecer uma faceta da banda. Algumas composições são cheias de sentimento e drama, outras brilham nas guitarras e sintetizadores em tom mais alegre, dançante. Umas beiram o Chillwave, super ensolaradas. Outras trazem um synth bem anos 80, um pouco mais obscuras. Mas de uma forma ou de outra, tudo soa bem. In Heaven constrói camada a camada a fluência do disco. Navega, viaja, alcança… para o som não existem barreiras.
A banda já disponibilizou alguns clipes oficiais. A animada faixa três, Bad Street é uma das favoritas do disco.
Mais passional e em leve psicodélica, Spain é para dançar um bolero inebriado:
Mais densa e obscura, Kimmi In a Rice Field:
TWIN SISTER “Kimmi in a Rice Field” por domino
Eu particularmente gosto de Stop:
E me anima muito Gene Ciampi (minha favorita)
E para finalizar a trip Eastern Green sem o vocal de Andrea e a maior piração do synth do disco todo. Muito de twee e Chillwave. Muito bom.
In Heaven se traduz como uma boa surpresa. Experimentalismo, sons de mar, ensolarados, anestesiados… pluri-sensações realmente agradáveis. Da primeira à última faixa, muitas surpresas e uma ou outra pequenina decepção, tão tão sutil que mal se percebe na fluência da vitrola.
Seja no brilho do sol refletido no oceano, seja a luz da lua e suas milhares de constelações aparentes, In Heaven proporciona só aquilo que já é: uma viagem para o céu.
MARINA RIMA
marinarima@brrun.com
Fotos: Divulgação